Sumário de Urina


SUMÁRIO DE URINA

Fatores isolados na urina não interferem, não são suficientes para diagnóstico. Ex.: a cor da urina.

ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS – TIPO I

O exame rotineiro de urina é um método simples não-invasivo capaz de fornecer uma variedade de informações úteis em relação às patologias envolvendo os rins, o trato urinário e, por dados indiretos algumas patologias sistêmicas.
*Sumário de urina, exame de urina tipo I e elementos anormais e sedimentos (EAS) são algumas sinônimas empregadas na identificação desse exame.
Apesar de simples, diferentes técnicas encontram-se envolvidas na sua realização, em quatro etapas distintas:
_ Avaliação da amostra
_ Análise física
_ Análise química
_­ Análise microscópica dos sedimentos

AVALIAÇÃO DA AMOSTRA
  • Como na maioria dos exames laboratoriais, a qualidade dos resultados depende da coleta.
  • A urina deverá ter sido colhida recentemente, com um volume mínimo de 20ml, sem adição de preservativos, refrigerada e nunca congelada, para garantir sua melhor preservação.
  • Deve estar claramente identificada e colhida em recipiente adequado.
  • A coleta deverá ser realizada após assepsia da área genital, desprezando o primeiro jato e colhendo o jato intermediário. O recomendável é a coleta da primeira micção da manhã ou uma amostra com pelo menos quatro horas de intervalo da última micção, em recipiente plástico esterilizado.
  • Se necessário a amostra poderá ser colhida a qualquer tempo, lembrando-se da existência durante o dia, de variações em relação a dieta, exercícios físicos, concentração da urina e uso de medicamentos.
  • O exame do primeiro jato da urina é recomendado quando o objetivo é a investigação do trato urinário inferior, mais especificamente, a uretra. Tornando-a uma boa amostra indireta para outras avaliações como as uretrites com pouca secreção.
  • A diferença da celularidade entre o primeiro e segundo jatos auxilia a localizar a origem do processo.

ANÁLISE FÍSICA
São analisados: Aspecto – Cor - Volume (quantidade de urina utilizada) –Densidade.
ASPECTO:
  • O aspecto adequado é o límpido. Entretanto, uma ligeira turvação não é necessariamente patológica, podendo ser decorrente da precipitação de cristais e de sais amorfos (cristais não dissolvidos – como uma poeira) não-patológico.
  • A turvação patológica pode ser conseqüência da presença decélulas epiteliais (células de revestimentos, estão presentes na urina. Estas é que vão determinar onde está o problema do paciente. Mulheres descamam mais q homens essas células), leucócitos, hemácias, cristais, bactérias e leveduras.
  • Pode ocorrer a presença de depósito por excesso de muco em função de processos inflamatórios do trato urinário inferior ou do trato genital, ou pela presença de grande quantidade de outros elementos anormais.
  • Os aspectos que iremos trabalhar: LÍMPIDO, LIGEIRAMENTE TURVO e TURVO.

COR:
  • A cor habitual da urina é amarelo citrino, o que se deve, em sua maior parte, ao pigmento urocromo.
  • Essa coloração pode apresentar variações em situações como a diluição por uma grande ingestão de líquidos, que torna a urina amarelo-pálido ( bebendo liquido os cristais se dissolvem).
  • Cor quase transparente indica que está diluindo excessivamente os sedimentos urinários.
  • Uma cor mais escura pode ocorrer por privação de líquidos.
  • Portanto, a cor da urina pode servir como avaliação indireta de hidratação e da capacidade de concentração urinária.
  • O uso de diversos medicamentos e a ingestão de corantes alimentares também podem causar alteração da cor da urina (os corantes são liberados pela urina).
  • Há numerosas possibilidades de variação de cor, sendo a mais freqüente a cor avermelhada (rosa, vermelha, vermelho-acastanhada).
  • Em mulheres deve-se sempre afastar a possibilidade de contaminação vaginal.
  • A cor avermelhada pode acontecer na presença de medicamentos, hemácias, hemoglobina, metaemoglobina e mioglobulina (vermelho está associado a presença de sangue, mas pode ser pela presença de corantes).
  • As porfírias (medicação) também podem causar coloração vermelha ou púrpura na urina.
  • Também frequentemente a cor âmbar ou amarelo-acastanhado, pela presença de bilirrubina levando a urina a se apresentar verde-escura em quadros mais graves (hepatite deixa a urina acastanhada quase marrom. Vem da bilirrubina).
  • As cores que iremos trabalhar: AMARELO CLARO ouAMARELO-PÁLIDO, AMARELO CITRINO e AMARELO OURO.
GLICOSÚRIA
  • ANÁLISE FÍSICA (Tubo de ensaio – vidro)
  • ANÁLISE QUÍMICA (Tubo de ensaio – plástico). Passar a fita antes de centrifugar.
Reagente de Benedict (2,5ml)
Urina (5 gotas)
Leva aquecimento e observa a coloração:
Verde= traços
Amarelo= +
Laranja= ++
Vermelho (telha)= +++
PROCEDIMENTO
Pipeta graduada de 5 ml por precisar de 2,5ml do reagente de Benedict.
Se a fita der alteração esse teste não mascara a presença de glicose e outras “úrias” na urina.
Introduzir a pipeta na urina numa amostra a parte. Colocar 2,5ml do reagente de Benedict em tubo grande de vidro. Pingar com pipeta 5 gotas da urina e homogeneizar.
Ascender Bico de Bunsen ou Fifo.
Com a pinça de madeira leva o tubo de ensaio ao fogo (num vai-e-vem) com a boca do tubo direcionado p longe das pessoas. Fervendo a mistura, se não mudar a cor não tem glicose. Tendo glicose fica verde, depois amarelo, depois laranja (parecendo marrom) até vermelho (telha).
PROTEINÚRIA
Coloca um pouco da urina no tubo de ensaio de vidro grande. Leva ao bico de Bunsen com a pinça de madeira. Se tiver ALBUMINA na urina ela forma precipitado como clara de ovo. Qualquer outra proteína na urina apresentaráaparência de mingau.

UROANÁLISE
EXAME FÍSICO
  • O exame de urina de rotina consiste em 3 partes: físico, químico e microscópico.
  • O exame físico é a primeira parte da uroanálise feita e pode fornecer informações úteis ao médico. Esta parte inclui a observação da cor, da aparência da urina e a medida da gravidade específica (densidade).
  • É a mais fácil e rápida parte da uroanálise de rotina.
OBS: a uroanálise não se resume ao sumário de urina, tem vários outros tipos de exames que estão incluídos. É dividido em 3 partes.
CARACTERÍSTICA FÍSICA DA URINA
  • Anormalidades nas características físicas da urina podem fornecer pistas significativas de doenças renais ou metabólicas.
  • Todavia, variações em características como cor ou aparência (transparência) nem sempre refletem mudanças patológicas. Algumas vezes, essas variações são produzidas pelo manuseio das amostras.
  • Para uma acurada avaliação das características físicas da urina, a amostra deve ser examinada imediatamente após a micção.
  1. ODOR DA URINA
  • Uma urina fresca, recém emitida, tem aroma característico e aromático, mas não desagradável. Mudanças no odor da urina são dadas pela dieta, doença ou presença de microrganismos.
  • Apesar do odor da urina não ser usualmente relatado no formulário de uroanálise, é uma propriedade perceptível que pode alertar aos técnicos para possíveis anormalidades na amostra de urina.
  • O odor da urina de um paciente com diabetes é dito FRUTAL por causa da presença de CETONAS, que são produtos do metabolismo das gorduras.
  • Se a urina é deixada sem refrigeração por poucas horas, alguma bactéria presente pode degradar a uréia para formar amônia, o odor resultante é similar à amônia (amoníaco).
  • Uma urina recém emitida que tem odor fétido sugere infecção no trato urinário.
  • Alimento como alho e aspargo podem produzir em odor anormal na urina.
  • Ainda que o odor na urina seja extraordinário em alguns casos, não é uma característica suficientemente confiável para usar sozinho no diagnóstico de doenças.
  1. COR DA URINA
  • A cor da normal da urina é amarela. Variações na cor podem ser causadas por dietas, medicações, atividade física e doenças. a cor da urina pode, algumas vezes, fornecer uma pista para diagnóstico de certas doenças ou condições.
  • URINA AMARELA: O pigmento que produz a cor normal amarela à âmbar é o UROCROMO. Conforme varia a concentração da urina, assim varia a cor da mesma. Urinas diluídas são polidas, mais concentradas são amarelo escuro ou âmbar.
URINA VERMELHA: A cor normal mais vista é a vermelha ou vermelho pardo. A urina vermelho-turvo (vermelha e turva) é causada pela HEMATÚRIA, a presença de células vermelhas do sangue(hemácias integras- a membrana causa turvação na urina). A urina vermelha e límpida é causada pela presença de HEMOGLOBINA ou MIOGLOBINA uma proteína pigmentada encontrada no tecido muscular (pigmento q dá cor vermelha ao
  • músculo). Células vermelhas, hemoglobina, mioglobina podem fornecer uma cor vermelho pardo (bufado) em urinas ácidas.
  • URINA MARROM ou PRETA: A hemoglobina torna-se marrom em urinas ácidas em repouso (ex.:final de menstruação). A formação de MELANINA, um pigmento escuro, também pode fazer com que a urina se torne escura ou preta quando em repouso.
  • AMARELO PARDO ou VERDE-PARDO: Bilirrubina ou pigmentos biliares podem causar uma urina amarelo-esverdiada quando agitadas. Bilirrubina pode estar presente na urina de pacientes com hepatite. OBS: agitar a urina, se formar espuma tem presença de bilirrubina, problema hepático (não é normal liberar bilirrubina na urina).
  1. APARÊNCIA DA URINA
(Aparência/aspecto/transparência)
  • A aparência ou transparência da urina pode dar pistas para possíveis problemas.
  • Uma urina límpida usualmente tem um exame microscópico de sedimento normal; qualquer anormalidade em uma amostra límpida é usualmente detectada no exame físico ou químico.
  • A causa de turbidez em uma urina usualmente torna-se evidente durante o exame microscópico.
  • Urina fresca normal é usualmente límpida, logo após a emissão. Assim que a urina atinge a temperatura ambiente, ou após refrigeração, pode tornar-se turvo (quando a urina resfria os cristais começam a se formar.). Dependendo do pH da urina, esta turbidez pode ser causada por cristais de uratos amorfos ou fosfatos.
OBS: Normalmente a urina ácida libera cristais de uratos e a urina neutra e alcalina libera cristais de fosfato. Isso não quer dizer que é sempre liberado.
  • Turbidez (aumento da concentração de sedimentos na urina) em uma urina recém emitida pode ser indicativo de doença.
  • Quatro causas comuns de urina turva são: células brancas do sangue (leucócitos ou piócitos); células vermelhas do sangue (hemácias); células epiteliais (epitélio vaginal, da uretra, renal, etc.) e bactérias e também fungos.
  • As células vermelhas na urina dão umas aparências turvas, opacas e vermelhas.
  • O muco na urina também pode causar uma aparência opaca. Gorduras ou lipídios fazem com que a urina tenha aparência opalescente (ou leitosa).
OBS: filamentos de muco: no homem-sémen / na mulher – ovulação. / Sulfa – cristais pelo uso de medicamentos (antibióticos).
CONDIÇÕES QUE AFETAM A APARÊNCIA DA URINA
ANORMAL E NORMAL
URINAS NORMAIS
Aparência: Levemente turva
Turva
CAUSA:
Muco (mulheres); células epiteliais escamosas. Cristais de oxalato de cálcio de ácido úrico; uratos e fosfatos amorfos.
URINAS ANORMAIS
Aparência: Vermelho turvo
Turvo
CAUSA:
Células vermelhas sanguíneas.
Células sanguíneas brancas, bactérias, leveduras, células do epitélio renal.
  • Para observar a aparência da urina, a amostra deve ser agitada bem, com suave rotação e colocada em um recipiente transparente. A urina deve então ser observada na claridade, usando uma boa fonte de luz. A aparência é usualmente reportada como límpida (clara), levemente turva, muito turva ou leitosa (opalescente).
  1. GRAVIDADE ESPECÍFICA
  • A gravidade específica de uma solução é a razão entre o peso de um determinado volume de solução (urina) com o peso de igual volume de água. Colocando de outra maneira, a gravidade específica é a densidade de uma solução comparada com a densidade da água.
  • A gravidade específica da urina indica a concentração de sólidos como uréia, fosfatos, cloretos, proteínas e açucares que estão dissolvidos na urina.
  • A densidade é um indicador da função renal; é usada para determinar a habilidade do rim em concentrar ou reabsorver água e produtos químicos essenciais.
  • Urinas mais escuras são usualmente mais concentradas que urinas mais pálidas. Pacientes que estão desidratados tem uma urina altamente concentrada.
  • A gravidade específica (densidade) da urina normalmente varia entre 1005 e 1030, com muitas amostras ficando entre 1010 11025. A densidade pode ser medida pelo urodensímetro, refratômetro ou fitas reagentes.
  • Hoje a densidade é medida com tiras de reagentes e este método será descrito no Exame Químico da Urina.
EXECUTANDO UM EXAME FÍSICO DA URINA
  • Uma amostra de urina fresca deve ser obtida. Se a urina não for examinada dentro do período de 1 hora após a emissão, deve ser refrigerada a 4° C por até 8 horas. as amostras refrigeradas devem ser deixadas à temperatura ambiente antes de examinar.
  • A urina deve ser bem homogeneizada e colocada em um tubo transparente. Devem ser observados cor, aparência e odor; os resultados devem ser anotados e a amostra deverá ser retida para exames químicos e microscópicos.
UROANÁLISE
EXAME QUÍMICO
  • Vários testes químicos podem ser feitos fácil e rapidamente devido ao desenvolvimento das tiras reagentes.
  • Estes testes são usualmente feitos como parte de uma técnica de rotina de uroanálise.
  • As análises químicas usualmente incluem: pH, proteínas, bilirrubinas, sangue, nitritos, cetonas, urobilinogênio, glicose, leucócitos e algumas vezes densidade.
  • Os resultados do exame químico da urina fornecem informações sobre o metabolismo de carboidratos do paciente, funções renais e hepáticas e equilíbrio ácido-básico.
MÉTODOS DE ANÁLISE QUÍMICA DA URINA
  • A Tira de Reagentes é a técnica mais amplamente usada na detecção de substâncias químicas na urina.
  • As tiras podem ser disponíveis com um só teste como glicose, cetona ou bilirrubina; ou uma tira pode conter até 10 testes.
  • Outros métodos de testes químicos na urina são os testes manuais que medem isoladamente cada componente da urina. Eles são usualmente chamados confirmatórios e são feitos usando uma variedade de métodos.
REALIZANDO TESTES QUÍMICOS COM TIRAS REAGENTES
  • As tiras reagentes algumas vezes chamadas de “dipsticks” foram desenvolvidas para serem usadas uma só vez e descartadas.
  • As instruções detalhadas de uso estão inseridas em cada embalagem e devem ser seguidas à risca para obter resultados acurados. O técnico deve estar familiarizado com estas instruções antes de fazer o teste e reportar os resultados.
  • Uma escala de comparação de cores é anexada às tiras reagentes, usualmente no rótulo do recipiente das tiras reagentes. O desempenho das tiras deve ser testado diariamente usando soluções de controle da urina (baixa, normal e alta).
  1. MÉTODO MANUAL:
  • Os testes são feitos mergulhando rapidamente as tiras em uma urina recente, bem homogeneizada.
  • O excesso deve ser removido, tocando a borda da tira brevemente em um papel absorvente.
  • As áreas de teste da tira devem ser observadas nos intervalos de tempo específicos.
  • As mudanças de cor das almofadinhas de reagentes devem ser comparadas visualmente com a cor da escala fornecida junto com as tiras.
  1. LEITURA AUTOMÁTICA DAS TIRAS
  • Alguns laboratórios tem leitoras automáticas de tiras. Esses instrumentos detectam as mudanças de cor nas almofadinhas de reagentes eletronicamente.
  • A tira reagente é mergulhada na amostra pelo técnico e a tira úmida é inserida no aparelho.
  • Os resultados são mostrados em um painel digital e pode ser impresso automaticamente.
  • O uso desses instrumentos elimina o erro técnico devido as diferenças de tempos de leitura ou à interpretação das cores.
PRINCÍPIOS DOS TESTES QUÍMICOS DAS TIRAS REAGENTES
Ph:
  • É a medida do grau de acidez ou alcalinidade da urina.
  • Um pH abaixo de 7 indica urina ácida; pH acima de 7 indica urina alcalina.
  • Normalmente, a urina recém emitida pode ter um pH de 5,5 a 8,0.
  • O pH da urina pode mudar de acordo com a dieta, medicações, doenças renais e doenças metabólicas, como diabetes mellitus.
  • Indicadores químicos, como vermelho de metila e azul de bromotimol na almofadinha do reagente de pH formam cores do amarelo-laranja para urinas ácidas ou verde-azulado para urinas alcalinas.
PROTEÍNAS
  • A condição na qual está presente uma quantidade aumentada de proteína na urina é chamada de PROTEINÚRIA.
  • Esse é um importante indicador de doença renal, mas também pode ser causada por outras condições, como infecções no trato urinário.
  • O teste da tira de reagente para proteínas é baseado no princípio de que proteínas podem alterar a cor de alguns indicadores ácidos-básicos, sem alterar o pH.
  • A um pH constante, o desenvolvimento de qualquer cor verde na almofadinha do reagente de proteínas é devido a presença de proteínas.
  • As cores variam do amarelo para negativo, a verde-amarelado ou verde para positivo.
GLICOSE
  • A presença de glicose detectável na urina é chamada deGLICOSÚRIA, o que indica que a glicose sanguínea ultrapassou o limiar renal da glicose. Essa condição ocorre na diabetes mellitus.
  • O reagente da tira é específico para glicose.
  • A enzima presente na almofadinha reage com a glicose. A intensidade da cor formada é proporcional à concentração de glicose.
CETONAS
  • Quando o organismo metaboliza gordura de forma incompleta, são excretadas cetonas na urina, uma condição chamadaCETONÚRIA.
  • O termo cetona engloba 3 produtos intermediários do metabolismo das gorduras: acetona, ácido beta hidroxibutírico e ácido acetoacético.
  • Normalmente, não aparecem quantidades mensuráveis (que dá para medir) de cetonas na urina, pois toda gordura metabolizada é completamente degradada e convertida em dióxido de carbono e água.
  • Contudo, quando o uso de carboidratos como principal fonte de energia fica comprometido e os estoques de gorduras do organismo precisam ser metabolizados para suprimento de energia, pode-se detectar cetonas na urina.
  • As razões clínicas para esse aumento do metabolismo das gorduras são: incapacidade de metabolizar carboidratos como ocorre no diabetes mellitus; aumento da perda de carboidratos por vômitos; e ingestão insuficiente de carboidratos associada a carência alimentar e redução de peso.
  • Os três compostos da cetona não se apresentam em quantidades iguais na urina. A acetona e o ácido beta-hidroxibutírico são produzidos a partir do ácido acetoacético, sendo relativamente constante em todas as amostras as proporções de 78% de ácido beta-hidroxibutírico, 20% de ácido acetoacético e 2% de acetona.
  • As provas com tiras reativas utilizam o nitroprussiato de sódio (nitroferricianeto) para medir as acetonas. Nessa reação, o ácido acetoacético em meio alcalino reage com o nitroprussiato de sódio para produzir a cor púrpura. Este teste não mede a ácido beta-hidroxibutírico e é pouco sensível à acetonas na presença de glicina. Contudo, uma vez que esses compostos são derivados do ácido acetoacético, sua presença pode ser pressuposta, não sendo necessário realizar testes específicos.
  • Como as acetonas evaporam na temperatura ambiente, a urina deve ser bem tampada e refrigerada, se não for testada rapidamente.
BILIRRUBINA
  • Composto amarelo, muito pigmentado, é um produto da degradação da hemoglobina.
  • Produção de bilirrubina:
Ø Em condições normais, o tempo de vida das hemácias é de aproximadamente 120 dias, após o que, é destruída no baço e no fígado por fagócitos do sistema reticuloendotelial. A hemoglobina liberada é composta em ferro, proteína e protoporfirina.
Ø O ferro e a proteína são reutilizados pelo organismo e a protoporfirina é convertida em bilirrubina pelas células do sistema reticuloendotelial.
Ø A bilirrubina é então liberada para a circulação onde se liga à albumina e é transportada para o fígado. Neste ponto, a bilirrubina circulante não pode ser acertada pelos rins, por estar ligada à albumina e também por ser insolúvel em água.
Ø No fígado, a bilirrubina conjuga-se com o ácido glicurônico pela ação da glicuronil-transferase, formando o diglicuronídio de bilirrubina, que é hidrossolúvel.
Ø Geralmente, essa bilirrubina conjugada não aparece na urina porque passa diretamente do fígado para o ducto biliar e daí para o intestino.
Ø No intestino, é reduzida pelas bactérias intestinais e convertida em urobilinogênio e, finalmente, excretada nas fezes na forma de urobilina.
  • A bilirrubina conjugada aparece na urina quando o seu ciclo normal de degradação é interrompido pela obstrução do ducto biliar ou quando a integridade do fígado está comprometida, permitindo o seu extravasamento para a circulação.
  • A hepatite e a cirrose são exemplos comuns de doenças que produzem lesão hepática com resultante BILIRRUBINÚRIA.
  • As provas rotineiras para detecção de bilirrubina com tiras reativas utilizam a diazotização. A bilirrubina combina-se com o sal de diazônio 2,4-dicloroanilina ou 2,6-diclorobenzeno-diazônio-tetrafluorborato em meio ácido, produzindo cores que variam do bronze ou rosado ao violeta, respectivamente.
UROBILINOGÊNIO
  • Assim como a bilirrubina, o urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina.
  • É PRODUZIDO NO INTESTINO A PARTIR DA REDUÇÃO DA BILIRRUBINA PELAS BACTÉRIAS INTESTINAIS.
  • Aproximadamente metade do urobilinogênio é reabsorvido pelo intestino, caindo no sangue, circula e volta para o fígado, sendo mandado de volta para o intestino através do ducto biliar. O urobilinogênio que fica no intestino é excretado nas fezes, onde é oxidado, convertendo-se em UROBILINA, pigmento responsável pela característica cor das fezes.
  • O urobilinogênio aparece na urina porque, ao circular no sangue a caminho do fígado, pode passar pelos rins e ser filtrado pelos glomérulos. Desta forma normalmente, se encontra pequenas quantidades de urobilinogênio na urina, menos de 1 mg/dl (Na tira reagente dá-se vestígios quando o valor encontrado é menor que 1mg/dl.
  • Observa-se que grande quantidade de urobilinogênio na urina nas hepatopatias e nos distúrbios hemolíticos (hemácias). P.S.: Extravasamento de urobilinogênio quando há distúrbio nos rins.
  • Na detecção de urobilinogênio na urina através de tiras reativas com o reagente de Ehrlich (p-dimetilaminobenzaldeído), que reage em ácido, as cores produzidas vão do bronze ao laranja.
SANGUE
  • O sangue pode estar presente na urina em forma de hemácias íntegras (HEMATÚRIA) ou de hemoglobina, que é um produto da destruição das hemácias (HEMOGLOBINÚRIA).
  • Quando em grande quantidade, o sangue pode ser detectado a olho nu; a hematúria produz urina vermelha e transparente.
  • O exame microscópico do sedimento urinário mostrará a presença de hemácias íntegras, mas não a de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise das hemácias no trato urinário.
  • Por conseguinte, o método mais preciso para determinar as presença de sangue é a nnálise química, uma vez detectado, pode-se utilizar o exame microscópico para distinguir a hematúria da hemoglobinúria.
  • O achado de hematúria ou hemoglobinúria sempre é considerado de grande importância clínica e deve ser acompanhado por outros exames, para verificar se esse fenômeno é de origem patogênico ou não.
  • A hematúria tem mais relação com distúrbios de origem renal ou urogenital, e o sangramento seria resultante de traumatismo ou irritação dos órgãos desse sistema. As principais causas de hematúria são: cálculos renais, doenças glomerulares, tumores, traumatismos, pielonefrite e exposição a produtos tóxicos ou a drogas.
  • A hemoglobinúria pode ocorrer como resultado da lise das hemácias no trato urinário ou pode ser causada por hemólise intravascular e a subseqüente filtração de hemoglobinas através dos glomérulos. Isso ocorre me casos de: anemias hemolíticas, nas reações transfusionais, nas queimaduras graves, nas infecções e exercício físico intenso.
NITRITO
  • A prova com tira reativa para nitrito é um método rápido de detectar infecções no trato urinário.
  • Exemplos de microrganismo que frequentemente causam ITU )Infecção do trato urinário): escherichia coli, Klebsiella, Proteus e Pseudomonas.
  • As bactérias Gram negativas produzem enzimas que convertem os nitratos urinários em nitrito. O nitrito produzido reage com as substâncias presentes na almofadinha da tira reagente para formar uma cor rosa.
  • Não se destina a substituir a cultura de urina como principal prova de diagnóstico e controle das infecções bacterianas, mas sim a detectar os casos em que a necessidade de cultura pode ser evidente.
  • Acredita-se que a maioria das infecções do trato urinário começa na bexiga, como resultante de contaminação externa, e que, se não tratados, progredirão para as regiões superiores através dos ureteres, chegando aos tíbulos, à pelve renal e aos rins.
  • A prova para detecção de nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da bexiga (cistite), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas vagos, que levariam o médico a pedir uma cultura de urina. A prova com nitrito também poderá ser empregada para avaliar o sucesso da terapia com antibióticos e para examinar periodicamente pessoas que têm infecções recorrentes.
LEUCÓCITOS
  • Um dos achados mais freqüentes no sumário de urina é de leucócitos, o que indica uma possível infecção do trato urinário. Antigamente, a detecção de leucócitos era feita apenas por exame microscópico do sedimento urinário, mas esse processo está sujeito a variações, dependendo do método usado para preparar o sedimento e do pessoal técnico que examina, por isso hoje se utiliza a análise bioquímica, que é um método mais padronizado.
  • Essa prova não tem o objetivo de medir a concentração de leucócitos, e os fabricantes recomendam que a quantidade seja feita por exame microscópico.
  • Outra vantagem de análise bioquímica é a possibilidade de detectar a presença de leucócitos lisados (quebrados) que não aparecem no exame microscópico.
DENSIDADE
  • A capacidade renal de reabsorver seletivamente substâncias químicas essenciais e água a partir do filtrado glomerular é uma das funções mais importantes do organismo.
  • O complexo processo de reabsorção muitas vezes é a primeira função renal a se tornar deficiente; por isso, a avaliação da capacidade de reabsorção renal é um componente necessário do exame de urina (sumário).
A densidade urinária é definida em comparação com a densidade de mesmo volume de água destilada e na mesma temperatura. Como a urina, na realidade, é água que contém
  • substâncias químicas em dissolução, a densidade urinária é uma medida de densidade das substâncias químicas dissolvidas na amostra.
  • Por ser uma medida da densidade da amostra, é influenciada não só pelo número de partículas presentes, mas também pelo tamanho dessas partículas.
  • O acréscimo de uma área esférica para prova de densidade nas tiras reagentes eliminou uma etapa demorada do exame físico, o que o tornou mais prático.
  • Significado clínico desse exame: Estado de hidratação do paciente; Incapacidade de concentração pelos túbulos renais, entre outros.
  • http://katyweyne.blogspot.com/2008/06/sumrio-de-urina.html

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